Servidores do IFRN participaram de uma audiência pública na Câmara Municipal de Natal, no último dia 20. O encontro teve o objetivo discutir os impactos dos cortes orçamentários impostos pelo governo às instituições federais de ensino. 

Segundo o pró-reitor de Administração do IFRN, Juscelino Cardoso, os cortes vão inviabilizar o funcionamento dos institutos federais. "Se o governo não reconsiderar sua posição, a instituição não terá condições de honrar os compromissos contratuais já assumidos” explicou Juscelino. Atualmente, o Instituto tem mais de 700 servidores terceirizados, que podem ser os primeiros trabalhadores atingidos pelo corte orçamentário. “A medida provoca o sucateamento da instituição e, consequentemente, a diminuição da nossa qualidade de ensino", completou o pró-reitor de Administração.

A pró-reitora de Assuntos Administrativos da UFRN, Maria do Carmo Araújo, lembrou que vivemos uma situação diferente dos contigenciamentos ocorridos em períodos anteriores. De acordo com a gestora, os recursos das instituições federais foram bloqueados e não constam nas contas das universidades e institutos. "O bloqueio de R$ 48 milhões no orçamento da UFRN impedirá que a universidade chegue até o final do ano. Obras serão paralisadas, haverão demissões, projetos de pesquisa e extensão podem ser interrompidos e nossos contratos podem ser descontinuados", explicou a pró-reitora Maria do Carmo.

O diretor de Comunicação do sindicato, Hugo Manso, convidou os participantes da audiência pública a conhecer os campi do Instituto e a qualidade do ensino prestado nos IFs. Para o diretor de Comunicação, é preciso lembrar a função social das instituições, suas contribuições para a economia dos municípios e para a ciência e tecnologia. "O IFRN conta com 21 unidades espalhadas pelo estado. Os recursos cortados nos Institutos refletem na economia dos municípios. Vários estabelecimentos surgiram após a chegada dos IFs nas cidades”, comentou o professor Hugo Manso. 

O diretor geral do Campus Natal-Cidade Alta, Carlos Eduardo Freire, explicou que além dos impactos dos cortes orçamentários existe a ameaça na autonomia das instituições de ensino. O Decreto 9794/19, de 14 de maio de 2019, fala sobre a competência do Presidente da República em aprovar as nomeações dos cargos nas Instituições federais. 

A audiência pública foi uma proposição do Vereador Raniere Barbosa (AVANTE) e foi subscrita pelos vereadores, Divaneide Basílio (PT), Maurício Gurgel (Psol), Franklin Capistrano(PSB) e Fernando Lucena (PT).