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Com o futuro dentro de si

A espera de seu segundo filho, Marcilene relembra sua trajetória no IFRN

Publicada em 11/05/2018 Atualizada há 1 ano

Foto: Rommel

Marcilene, 38, cruza o piso hidráulico do campus todos os dias às nove da manhã. Na copa ela cativa todos que passam para tomar um cafezinho com uma conversa animada. Trabalhando no sétimo mês de gestação, a copeira responde com entusiasmo às perguntas frequentes sobre a gravidez.

Marcilene explica que esta gestação é totalmente diferente da primeira que teve, por causa da sua idade, mas pretende continuar trabalhando enquanto for possível. “Na minha primeira gravidez eu tinha 22 anos, trabalhava numa feira e não prestava atenção nos sintomas”, ela conta.         

“Hoje eu faço café, sirvo água nas reuniões, limpo a copa, lavo louça, também preparo lanches, mas confesso que neste período da gravidez já não sou ágil como antes”, Marcilene explica. “Às vezes, me sinto limitada, canso com facilidade, o bebê mexe muito”, completa.

Funcionária conhecida por sua proatividade, Marcilene começou na instituição como auxiliar de serviços gerais e, um ano depois, recebeu a proposta de trabalhar na copa. “Faz quanto tempo que você está aqui?” uma professora perguntou curiosa para Marcilene. “Faz sete anos que entrei. Na mesma época matriculei minha filha no coral do campus”, ela respondeu.

Marcilene relembra que matriculou a Gisele, 16, no coral porque quando começou a trabalhar no IFRN não tinha com quem deixar a criança que, na época, tinha 10 anos. “O IFRN é muito acolhedor. Não há diferença no tratamento porque sou terceirizada. As pessoas sabem que eu existo e, quando encontro meus colegas na rua, nos falamos como se fossemos amigos de longa data. Isto é o que me cativa a trabalhar com vontade”, ela conta satisfeita.    

Há 11 anos Marcilene e seu companheiro constroem a casa onde eles vivem com a filha, na Cidade das Rosas, em São Gonçalo do Amarante. Todo mês ela separa uma quantia em dinheiro para comprar material e pagar a mão-de-obra do serviço da casa. Quando é indagada sobre os seus sonhos ela apenas responde: “Quero saúde!” Saúde para ela e para os filhos. "Estou à espera do José Gustavo. Já imagino o rostinho dele. O amor de mãe é enorme, não é?”  

 

Por Isabelle Nayara