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CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Pesquisadores do IFRN vão a Israel discutir intercâmbio de pesquisas

Servidores integram o Núcleo Avançado de Inovação Tecnológica (Navi), localizado no Campus Natal-Central

Publicada em 21/05/2019 Atualizada há 1 ano

Conhecimento, trocas e perspectivas. Foi assim que voltou a bagagem da comitiva do Núcleo Avançado de Inovação Tecnológica (Navi) do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Os pesquisadores viajaram para  Israel, no Oriente Médio, buscando discutir e ampliar as perspectivas do intercâmbio de pesquisas entre as duas culturas. “Além de ter sido um rico momento de troca de conhecimentos, estabelecemos diversos encaminhamentos, para firmarmos acordos de cooperação em pesquisa e intercâmbio de pesquisadores”, afirmou o professor Higor Morais, pesquisador do Navi. Um dos objetivos da comitiva é a ampliação para as bases de estudos sobre o projeto de diagnóstico de câncer através de análise do Micro RNA, que já desenvolvem estudos com três tipos de câncer: próstata, mama e colo de útero.

Israel é um dos países que mais investe em Pesquisa e Desenvolvimento em relação ao seu Produto Interno Bruto e, em proporção ao tamanho da mão de obra, é o que ostenta o maior número de autores publicados nos campos das ciências naturaisengenhariaagricultura e medicina. Até hoje, 10 cidadãos israelenses foram laureados com o Prêmio Nobel em diferentes áreas. Quando se considera o número de adultos com formação universitária, Israel ocupa o 2.º lugar, com 46%, enquanto o Brasil está na 100ª posição, com apenas 15%. Os gastos públicos em educação de ambos os países são equivalentes: 5,7% do PIB. Embora raramente ultrapassaram 0,5% da população mundial, mais de 19% dos prêmios Nobel foram concedidos a cidadãos de ascendência judaica.

“Missões como essa são fundamentais para a pesquisa de uma forma geral. Pudemos conhecer como a pesquisa está sendo conduzida, e, assim, passamos a ter uma compreensão do fazer científico de grandes centros e podemos perceber vários pontos de convergência e várias coisas complementares entre os métodos de pesquisa, em comparação ao Brasil”, explicou Higor. O professor destacou que, a partir da cooperação com as universidades estrangeiras, existe a possibilidade de intercâmbio entre estudantes e docentes, para ampliação dos saberes.

Durante a visita, os pesquisadores esclareceram pontos dos projetos já em desenvolvimento no Rio Grande do Norte e também a necessidade de estabelecer cooperações internacionais. As tecnologias baseadas em Micro RNA têm um grande potencial para o Sistema Único de Saúde no Brasil (SUS), sobretudo se forem aplicadas na atenção básica. “Essa inovação poderá colaborar essencialmente para o fortalecimento da medicina da família, impactando diretamente na qualidade dos serviços de saúde“, afirmou Higor.

Na viagem, também estavam presentes pesquisadores do LAIS/UFRN, Fundação Oswaldo Cruz e Instituto Dr. Hemerson Casado Gama. A comitiva foi recebida pelo professor Avigdor Scherz, do Weizmann Institute of Science. Scherz é Professor Emérito do Departamento de Botânica e Ciências Ambientais do Weizmann Institute of Science. “A expectativa é que novas discussões sobre a temática sejam realizadas nos próximos meses”, afirmou Leonardo Galvão, pesquisador do Navi.

Investimento na Pesquisa

“Quando se investe em pesquisa, o retorno vem. Não é possível desenvolver uma pesquisa de qualidade, uma pesquisa de ponta, como hoje ela é feita em Israel, com corte de verbas. É preciso que o país, o estado, defina quais são suas prioridades. Então aquilo que é prioridade não pode ser cortado”, relatou o professor Higor sobre cortes em investimentos na pesquisa no Brasil.

As universidades e o Instituto Federal do Rio Grande do Norte terão cortes orçamentários de aproximadamente R$ 101,8 milhões, em custeio e investimentos, após anúncio feito pelo Ministério da Educação, sobre o bloqueio de 30% do orçamento de todas as instituições no país.

“O corte é significativo e poderá inviabilizar o funcionamento do IFRN. Nesse sentido, estamos buscando interlocução com diversos agentes públicos a fim de garantir a integralidade do orçamento do Instituto”, afirmou, em nota, o reitor Wyllys Farkatt Tabosa.

“O conhecimento irá existir, de uma forma ou de outra, o que vai diferenciar é se vamos querer ser simplesmente consumidores, ou se vamos ser produtores”, explicou Leonardo Galvão, pesquisador do Navi. 

Sobre o Navi

O Navi é um laboratório voltado para o desenvolvimento de sistemas e tecnologias ligadas à inovação, que tem como objetivo colaborar com o ensino, pesquisa e extensão, tendo como base: desenvolver, propor, implementar, avaliar e aprimorar conhecimento em tecnologia. Criado no ano de 2014, está localizado no Campus Natal-Central do IFRN, mas sua rede de conhecimento ultrapassa as barreiras físicas e reúne pesquisadores de diversos campi do Rio Grande do Norte.

Durante os cinco anos de atuação, o NAVI teve destaque nacional e internacional, como é o caso do projeto da Plataforma de Livre-Trânsito de Profissionais no Mercosul, responsável pelo desenvolvimento de um sistema de informação que será responsável pela gestão do livre trânsito dos profissionais de saúde dos cinco países participantes. O projeto é realizado em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Ministério da Saúde. A atuação do Núcleo também englobou o desenvolvimento de importantes produtos e parcerias, como a Mesa de Negociadores e Rede Observa. Os sistemas web foram desenvolvidos em parceria com o Ministério da Saúde.

O laboratório traz como estratégia propulsora inovação e ciência como ponte entre tecnologias, engenharias e necessidades diárias. Junto com parceiros da indústria, laboratórios de inovação nacionais e internacionais e agências de pesquisa governamentais, contando com toda a infraestrutura do Instituto Federal de Educação, o Navi oferece instalações, equipamentos, pessoal especializado para dar suporte e inspirar a consolidação de parcerias, a criação e a colaboração. Com base em plataformas e formatos de colaboração específicos, convidamos os alunos, junto com os supervisores, a enviarem projetos a serem desenvolvidos com o apoio da equipe Navi.

Palavras-chave:
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