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Energia

Grupo de pesquisa propõe uso eficiente de energia no CNAT

Através de levantamento, foi feito mapeamento dos principais problemas e proposição de mudanças

Publicada em 19/12/2017 Atualizada há 1 ano

Alunos do curso de graduação em Engenharia de Energias, cuja primeira turma está no quarto período, realizaram, sob a orientação do professor José Henrique de Souza (DIACIN), um trabalho de pesquisa com o objetivo de aliar conhecimentos teóricos à prática. Segundo o professor, o curso está relacionado ao uso mais eficiente de energia, não somente das empresas, mas de toda a comunidade: "Gerir recursos energéticos de uma localidade é um desafio. Assim, aproveitamos o mote para fazer esse trabalho dentro do próprio Campus Natal-Central".

Dentro dessa perspectiva, e com a demanda da sociedade cada vez mais frequente pelo modo de vida sustentável, o grupo de pesquisa trabalha em parceria com o NUDEM (Núcleo de Desenvolvimento em Mecatrônica), fundado desde 2004. A pesquisa consistiu em fazer o mapeamento das áreas críticas para, a partir da análise de uso eficiente da energia, avaliar e realizar as melhores propostas para redução de custos e adoção de um consumo sustentável no Campus Natal-Central (CNAT). Inicialmente, o grupo selecionou uma amostragem, referente às salas dos Blocos B e C para, a partir desse estudo, realizar uma projeção para as demais áreas do CNAT.

O primeiro levantamento realizado pelos alunos referiu-se aos hábitos de consumo das salas de aulas dos blocos B e C: "Fizemos o levantamento sobre a tecnologia que é utilizada e qual o impacto do uso das salas de aula no faturamento do Campus, ou seja, na conta da COSERN. O segundo passo foi propor medidas para diminuir esse impacto, como substituir as lâmpadas atuais por outras de led, o que representaria 71, 54% de redução de custo apenas no que se refere à parte de iluminação", disse o aluno Gabriel Ramon de Brito Silva, um dos membros do grupo de pesquisa. 

Após essa primeira etapa, mas ainda dentro dos procedimentos realizados pelo grupo, foi feita a verificação de retorno de investimento e em quanto tempo essa substituição de equipamento se pagaria e renderia "dividendos". De acordo com o estudante Francisco Alisson de Queiroz, em 6 meses, o investimento teria o retorno do valor investido, considerando a vida útil do  novo material, que é de 10 a 12 anos. 

No que se refere à climatização, o grupo constatou que seria preciso substituir equipamentos do Bloco B e C por outro modelo do tipo econômico. "A proposição seria trocar por modelos do tipo A ou B, o que já representaria uma redução de 80% de custo, para se ter uma ideia", explica o estudante José Érico Alves. A mudança por aparelhos do tipo B, não tão econômicos quanto os do tipo A, já garante uma economia expressiva e exige um investimento inicial menor.

E assim, pouco a pouco, a pesquisa vai plantando sementes de mudança em toda a comunidade, com frutos a serem colhidos num futuro próximo e também distante. Dentre esses frutos, estão vários artigos submetidos pelos alunos do grupo em Congresso Nacional de Engenharia Mecânica, assim como monografias de conclusão de curso de estudantes que são do curso Técnico Integrado em Eletrotécnica. Os ganhos, porém, vão além e marcam individualmente cada estudante envolvido na pesquisa.

"Sempre gostei muito da área econômica. Acredito que esse projeto vai gerar uma economia no Campus que permitirá distribuir os recursos em coisas mais importantes, como pesquisa, ajuda de custo para aulas de campo, projeto de pesquisa, entre outros", enfatizou Gabriel. Já para Francisco, o  mais gratificante foi "ampliar a nossa visão, aprofundando não apenas nossos conhecimentos sobre economia como também a respeito dos impactos ambientais. E o melhor é no futuro poder ampliar esse projeto para outros campi, gerando um nível de economia bem maior para Instituição". 

E as transformações não se limitam à economia e ao uso eficiente da energia, mas também à mentalidade de quem participa do projeto em sua totalidade: "A minha preocupação se expande também ao que vai ser feito com o material que propomos substituir, precisamos reutilizá-los, a exemplo das lâmpadas e dos equipamentos de ar-condicionado. Isso inclusive já estabelece um diálogo com o projeto que é do professor Igor, que trata exatamente do reaproveitamento desses materiais".

Para Érico, o mais importante de tudo foi "trabalhar a consciência ambiental", um trabalho que compete a todos que fazem parte da comunidade institucional, não apenas aos estudantes do curso de Engenharia de Energias. Somente assim, o consumo coletivo será realizado de acordo com o modo de vida sustentável que tanto se deseja para o mundo.