Ex-aluno do curso de Eletrotécnica do Campus Natal-Central do IFRN, atual pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da Universidade de Harvard, José Dias de Nascimento Júnior tornou-se um astrofísico renomado internacionalmente. “Entrei aqui na ETFRN, através do Protécnico. Fui aluno do curso de Eletrotécnica e acabei indo fazer Física, na UFRN, inclusive lá encontrei muitos contemporâneos da ETFRN.  Aqui, para quem vinha do Ensino Médio, era uma espécie de Universidade. Passávamos o dia aqui, com muitas atividades. No Protécnico, foi quando decidi pela área tecnológica”.

Uma decisão que mudaria não apenas seu próprio caminho profissional, mas também a história da Astronomia no Rio Grande do Norte e no mundo. Após a graduação no curso de Física, José Dias fez doutorado em Toulouse na França, na Universidade de Toulouse, na agência espacial (CNES): “Foi uma época bem intensa, porque apareceram os primeiros planetas fora do sistema solar”, lembrou ele.

Após o doutorado, o astrônomo voltou ao Brasil e, através de concurso público, passou a fazer parte do quadro de pesquisadores da UFRN. “Comecei a formar alunos e, numa dessas pesquisas, veio a descoberta: estrelas gêmeas solares através das observações de satélites. Estrelas muito parecidas com o sol, então, veio a indagação: essas estrelas têm planetas parecidos com a terra?

A partir dessa descoberta e dos novos questionamentos, José Dias foi convidado para participar de um projeto em busca de estrelas gêmeas, com o satélite Kepler, da Nasa, em Harvard: “Por esse envolvimento, trouxemos o Rio Grande do Norte para o cenário nacional e internacional”. Desde então, a Astronomia potiguar passou a ser pauta dos mais diversos meios de comunicação no mundo e despertou o interesse de pessoas de diferentes áreas, amadoras e profissionais. “A Astronomia é a porta de entrada de todas as Ciências. Ela agrega pessoas que querem fazer ou já fizeram ou mesmo desejam conhecer mais sobre Astronomia. Ela abre cabeças, inclusive de professores do Ensino Médio, por exemplo. Há uma popularização da Astrofísica. Nem todo mundo conseguiu estudar ou fazer isso de forma simples. Meu orientador no doutorado, Reeves, esse é bem o estilo dele: saber o que dizer para cada público”.

Buscando falar para os diferentes públicos, o pesquisador José Dias do Nascimento vai ministrar a palestra “O que faz um planeta ser hatibável?”, durante o “21º Encontro Nacional de Astronomia (ENAST)”, que ocorrerá de 01 a 04 de novembro de 2018, no Campus Natal-Central do IFRN. Segundo o palestrante, o tema é terreno fértil para muitas perguntas que ainda estão sendo investigadas: “O que vamos discutir na palestra não está nos livros, pois não temos respostas ainda. Sabemos da importância da água e da proteção do campo magnético”.