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Acessibilidade

Do sonho à realidade: a empatia como rampa para acessibilidade no CNAT

Obra de renovação da antiga rampa é concluída

Publicada em 28/06/2019 Atualizada há 1 ano

Foto: Maxsuel Praxedes

Manhã de sexta-feira, 28 de junho. Certamente um dia especial para quem passa nos espaços do Campus Natal-Central. Acostumados a se deparar com os tapumes das obras de acessibilidade da rampa que leva às Rosquinhas, após vários dias de construção, os olhares da comunidade escolar tiveram hoje uma grata surpresa.

Na vista, beleza e funcionalidade estamparam os olhos de quem tanto sonhou com essa realidade: “Já tínhamos consciência da importância da acessibilidade, mas ouvir a fala de cada um de nossos alunos me convence ainda mais disso. A gente fica até emocionado quando vê esse grupo, sempre excluído pela sociedade, contente e satisfeito com o resultado final. Além disso, essa obra é um presente para essa escola, porque a gente passa, mas isso aqui fica para a vida da Instituição”.

Presente que começou nos desenhos que saíram do papel para se transformar em nova realidade, edificante de dignidade e inspiração. Um trabalho especial que foi projeto nos sonhos da arquiteta Érika Alcoforado: “Em primeiro lugar, nossa gratidão maior é a Deus. Devemos falar sobre a conscientização mundial da empatia, de pensar no outro. Gostaria de agradecer a essa gestão que tem me dado a liberdade de criar projetos e a oportunidade para isso. Por fim, a emoção de a gente conseguir ver cada pessoa com sua liberdade de ir e vir, sem precisar pedir nada a ninguém. Um passo de cada vez, espero conseguirmos deixar essa escola completamente acessível”.

Acessibilidade que caminha junto com os usuários que mais necessitam e que puderam sentir na pele a diferença que a nova rampa fará na vida de cada um. A impossibilidade de ver não impediu a estudante Maria Clara Diniz de sentir essa nova realidade: “Facilita bastante. A gente acaba tendo mais autonomia, consegue ir para cantos sem a necessidade de ajuda. Com piso tátil, me sinto mais segura, essa mudança é muito significativa pra gente”. A mesma sensação foi vivenciada pela aluna Jéssica Azevedo: “Eu acho que a construção foi mais um avanço na acessibilidade da escola, e a melhoria que vai ter para mim é muito grande. Essa, sim, é uma rampa adequada que dá para subir com segurança”.

Segurança que antes Luan Krilles, deficiente físico e ex-aluno do Campus, não sentia quando precisava usar a antiga rampa: “A gente ouve muito falar sobre inclusão. A inclusão começa por acessibilidade, principalmente para o IFRN, que é uma instituição grande. Nos três anos que passei aqui, havia muita dificuldade para chegar e agora o acesso será bem mais rápido. Vai facilitar bastante. Antes a rampa era muito inclinada, isso sim agora é acessibilidade”.

Uma mudança significativa para pessoas com necessidades específicas, mas também para qualquer outra, independente da condição de saúde, como bem lembrou o ex-aluno José Diego, que é deficiente físico: “Está bonito e também tem essa funcionalidade, porque a inclinação diminuiu. Previne até problema de coluna, vai ser bom não só pra gente, mas também pra qualquer pessoa”.

Uma realidade que só foi possível devido ao sonho conjunto de pessoas de diversas áreas. “Esse trabalho em conjunto foi resultado da dedicação de toda uma equipe, desde o pessoal da engenharia com Érika, Isabelle, como a equipe de manutenção e os responsáveis pela jardinagem.  Gostaria de agradecer o trabalho e o apoio de cada um, inclusive da então deputada, na época, Zenaide Maia”, enfatizou o professor Arnóbio, diretor do Campus.

Integrante desta equipe, a engenheira Isabelle dos Santos, que é ex-aluna do Campus Natal-Central sentiu um gosto especial ao trabalhar nesta obra: “Para mim foi muito gratificante. Hoje ver as pessoas com autonomia, para mim, tem um sentido muito forte, porque sou ex-aluna, fiz o técnico em Edificações aqui e hoje posso trabalhar para melhorar a nossa escola. É muito emocionante”.

Emoção que o cimento não diz e que as curvas da rampa não conseguem expressar, mas que deram vida aos olhares sensíveis ao caminhar de muitos, tantas vezes invisíveis a quem pode enxergar. Uma esperança que brilha e transforma a escola em um lugar ainda melhor, em todos os sentidos.

Palavras-chave:
ensino

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