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CNPq

NEA DE IPANGUAÇU APROVA PROJETO NO CNPq

O projeto SEMENTES CRIOULAS PARA O FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR NO VALE DO AÇU –RN foi selecionado pelo CNPq.

Publicada em 19/12/2014 Atualizada há 1 ano

Dia 04 de dezembro de 2014 saiu o resultado dos projetos aprovados na Chamada MCTI/MAPA/CNPq Nº 40/2014 - Linha 1: Sementes Crioulas, Tradicionais ou Locais. O projeto SEMENTES CRIOULAS PARA O FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR NO VALE DO AÇU –RN foi contemplado por esta chamada. O projeto surgiu a partir de discussões internas e de trabalhos anteriores do NEA – Núcleo de Estudos em Agroecologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) - Campus Ipanguaçu, com o intuito de ampliar a sua estruturação, visando contribuir com o fortalecimento da Agricultura Familiar no Vale do Açu-RN, através da identificação, resgate, validação, melhoramento, beneficiamento, conservação e/ou intercâmbio de materiais genéticos de interesse para a Agroecologia por meio de metodologias participativas que promovam a construção e a socialização das práticas e conhecimentos e o acesso coletivo aos materiais trabalhados. O público beneficiário das ações serão diretamente os agricultores e agricultoras atendidos pelas ações dos agentes de assistência técnica e extensão rural (ATER) das instituições parceiras, público principal dessas instituições, e os estudantes dos cursos Técnicos e de Graduação Tecnológica, público principal do IFRN/NEA, através dos professores/pesquisadores dessa instituição de ensino, os quais compõem a equipe do NEA e do projeto, sujeitos esses (agricultores, estudantes, agentes de ATER, professores/pesquisadores) mediados pelas ações do projeto através do enfoque agroecológico. Serão utilizadas as espécies de adubos verdes (guandu, crotalária, girassol, feijão de porco, mucuna), além de variedades locais e regionais de feijão e milho crioulos e outras plantas nativas arbóreas ameaçadas ou em risco de extinção na região: Aroeira (Myracrodruon urundeuva M. Allemao), Cumaru (Amburana cearensis (Arr. Cam.) A.C. Smith), Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.), Pau Branco (Auxemma oncocalyx (Fr. All.) Baill), Jucá (Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul.), etc. Será realizada a multiplicação de pelo menos uma variedade de feijão e uma de milho, uma vez por ano, com o objetivo de complementar a preservação das variedades tradicionais. Para que o agricultor tenha acesso a estas sementes, deverá fazer a doação de sementes de espécies arbóreas nativas ou de outras espécies cultivadas tradicionalmente, ajudando a manter o banco de sementes. As sementes nativas serão utilizadas para produção de mudas no viveiro do IFRN Ipanguaçu, para distribuição com os agricultores familiares que doarem outras sementes. Adicionalmente, além da participação em eventos regionais, pretende-se realizar visitas de intercâmbio para troca de experiências entre comunidades de agricultores; atividades educativas com alunos do IFRN campus Ipanguaçu e agricultores como atividade complementar à formação integral do aluno. Também serão realizados dois seminários municipais para reunir agricultores e agricultoras, jovens, estudantes, professores, técnicos e demais profissionais que trabalham com a produção de alimentos e a preservação da biodiversidade agrícola, com a finalidade de promover a divulgação da experiência e obter um maior envolvimento dos atores sociais, apresentando a experiência e promovendo um momento de troca de sementes. Haverá orientação de trabalhos de conclusão de cursos (TCCs), nos níveis técnico ou superior, a partir de temas relacionados diretamente com o projeto. Anualmente ocorrerá uma Feira de Troca de Sementes e Saberes, envolvendo agricultores, estudantes e pesquisadores. Os trabalhos, experiências, vivências e pesquisas serão sistematizados e publicados em artigos científicos especializados e em uma cartilha que será publicada e distribuída gratuitamente, além de ser disponibilizada em página específica da "web", para livre acesso. Adotando-se um enfoque sistêmico e de interdisciplinaridade, com base em metodologias participativas, as ações do projeto servirão de base para o desenvolvimento de novas pesquisas e projetos futuros, através da resolução de problemas tecnológicos, prioridades e lacunas, detectadas a partir da articulação/pesquisação com os agricultores familiares identificados no processo e que possam contribuir com o redesenho de Agroecossistemas sustentáveis no município.