Ontem (03), a partir das 13h30, o professor Lionel Segui Gonçalves (UFERSA), idealizador da Petição em Proteção às Abelhas, iniciou sua palestra intitulada “Massacre das abelhas apismellifera e abelhas sem ferrão / Campanha Bee or not to be? (Sem abelhas, sem alimentos)”. A palestra aconteceu no auditório do Campus Currais Novos e reuniu muitos participantes que passaram a conhecer melhor a campanha de proteção às abelhas. Durante o momento, o professor esclareceu a verdadeira importância das abelhas, que oferecem muito mais que mel, pólen, cera, geleia real e veneno.

Esses organismos são responsáveis pela polinização de 70% das culturas agrícolas, impulsionando a produtividade e a qualidade dos frutos e grãos produzidos. Eles garantem também a manutenção e o desenvolvimento das áreas verdes, o que contribui com a geração do oxigênio necessário a toda forma de vida no planeta.

A campanha “Bee or not to be” e a petição pela proteção às abelhas têm o intuito de alertar a população e buscar apoio para proteção das abelhas no Brasil e no mundo, combatendo as causas do CCD, além de solicitar apoio da sociedade para o estudo e para as ações que visam descobrir e combater as causas do Desaparecimento das Abelhas.

Possíveis causas

Doenças, pragas, fungos, ácaros, vírus, mudanças climáticas, formas de manejo, déficit nutricional, defensivos agrícolas estão entre as várias possíveis causas do CCD. Mas o fato é que essas hipóteses precisam ser urgentemente investigadas, diagnosticadas e combatidas, para que as abelhas possam ser protegidas.

CCD(Colony Collapse Disorder – Síndrome do Colapso das Colônias) ou Desaparecimento das Abelhas

O CCD é identificado quando uma colônia de abelhas é reduzida, em poucos dias ou semanas, a um número muito pequeno de abelhas, causando o enfraquecimento da colônia e, muitas vezes, sua extinção. As abelhas simplesmente desaparecem sem deixar rastros, largando para trás crias, mel, pólen e, às vezes, a própria rainha. Foi constatado que o CCD afeta o sistema nervoso das abelhas, impactando diretamente sua memória e seu senso de direção. Assim, quando as abelhas operárias visitam as flores para colheita de néctar e pólen no campo, não mais conseguem retornar às suas colmeias. Elas simplesmente desaparecem em meio à natureza.

O que está acontecendo?

Em 1995 foram feitos nos EUA os primeiros relatos apontando o desaparecimento em larga escala de abelhas, o prenúncio de um fenômeno que hoje representa o maior desafio da apicultura mundial. Estudos científicos indicaram que este desaparecimento era sintomático e epidêmico, causado por um distúrbio que mundialmente passou a ser denominado CCD (Colony Collapse Disorder – Síndrome do Colapso das Colônias) ou Desaparecimento das Abelhas. O fenômeno foi discutido oficialmente a partir do Congresso Mundial de Apicultura, Apimondia 2007, na Austrália. Os números atuais são alarmantes e crescentes. Nos EUA um grande percentual das colônias de abelhas tem desaparecido anualmente. Mas efeitos semelhantes também já se pronuncia, na Europa, na América do Sul e outros continentes. No Brasil, em partículas, a síndrome já se manifesta em vários estados, como SP, RS, SC e MG.

O que acontecerá se as abelhas sumirem?

“Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora. Sem flora não há animais, e sem animais não haverá raça humana”. (Albert Einstein).

Bee Alert

Com o aplicativo Bee Alert, apicultores, meliponicultores e a comunidade científica podem registrar e documentar, numa plataforma única, as ocorrências de desaparecimento ou perda de abelhas em todo o mundo, indicando o local, intensidade e possíveis causas (doenças, pragas, defensivos, manejo, etc). A informação gerada de forma colaborativa contribui para o estudo deste fenômeno, e representa grande contribuição ao esforço de proteção às abelhas.